CBF propõe Brasil como sede da Copa do Mundo de Clubes de 2029

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oficializou, no sábado, 21 de junho de 2025, sua intenção de trazer a Copa do Mundo de Clubes de 2029 para o Brasil. A proposta foi apresentada pelo presidente da CBF, Samir Xaud, ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, durante a Cúpula Executiva de Futebol, realizada em Miami, nos Estados Unidos. A iniciativa marca um esforço estratégico da entidade para reforçar a posição do Brasil como protagonista no cenário internacional do futebol, aproveitando o sucesso de eventos passados e a força dos clubes brasileiros.

Uma candidatura promissora

A manifestação de interesse ocorreu em um encontro que reuniu dirigentes das 211 federações afiliadas à Fifa, entre quinta-feira, 19, e sábado, 21 de junho. Xaud, acompanhado do vice-presidente Gustavo Dias, destacou a competitividade dos clubes brasileiros e a capacidade do país de sediar grandes eventos. “Falei dos meus objetivos à frente da CBF e disse que queremos estar mais próximos da Fifa. Elogiei o evento e o nível dos clubes brasileiros e, por fim, coloquei o país à disposição para receber a próxima Copa do Mundo. O presidente Gianni Infantino ficou muito feliz e disse que é totalmente possível”, declarou Xaud ao site da CBF.

A proposta foi bem recebida pela Fifa, segundo fontes ligadas à CBF, com Infantino demonstrando entusiasmo com a possibilidade. A candidatura brasileira ganha força pelo histórico do país, que sediou a primeira edição do Mundial de Clubes, em 2000, com jogos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na ocasião, o Corinthians conquistou o título ao vencer o Vasco nos pênaltis, no Maracanã, em um torneio que marcou o início da competição organizada pela Fifa.

Contexto e concorrência

O interesse do Brasil surge em um momento de consolidação do novo formato da Copa do Mundo de Clubes, que, em 2025, estreou com 32 equipes e jogos disputados nos Estados Unidos. A edição atual, com participação de clubes brasileiros como Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo, tem registrado alta audiência no Brasil, reforçando o apelo comercial da candidatura. A empolgação da torcida brasileira, frequentemente destacada por Infantino nas redes sociais, é um trunfo para a proposta.

No entanto, a disputa pela sede de 2029 será acirrada. Além do Brasil, a Austrália já manifestou interesse, impulsionada pelo sucesso da Copa do Mundo Feminina de 2023. Os Estados Unidos, que sediam a edição de 2025 e co-organizarão a Copa do Mundo de seleções em 2026, também são cotados para uma segunda edição, visando manter interesses de patrocinadores. Candidaturas europeias também podem surgir, segundo o site The Athletic. A Fifa ainda não definiu o cronograma para a escolha da sede, mas a CBF planeja intensificar as negociações nos próximos meses.

Impacto para o Brasil

Caso confirmada, a sede do Mundial de Clubes de 2029 trará benefícios esportivos e econômicos. O Brasil teria direito a uma vaga extra no torneio, provavelmente destinada ao campeão brasileiro de 2028, além das vagas garantidas aos vencedores da Libertadores entre 2025 e 2028 e a dois clubes definidos pelo ranking da Conmebol. O torneio, previsto para ocorrer entre junho e julho, utilizaria a infraestrutura de estádios já testada em eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

A realização do evento também reforçaria o protagonismo do Brasil no futebol global, especialmente após a confirmação de que o país sediará a Copa do Mundo Feminina de 2027, a primeira em solo sul-americano. “O Brasil tem tradição, paixão e estrutura para receber um torneio desse porte. Seria um golaço para o futebol brasileiro”, afirmou Xaud em entrevista ao jornal O Globo.

Desafios e planejamento

Apesar do otimismo, a candidatura enfrenta desafios logísticos e políticos. A CBF precisará articular parcerias com governos estaduais e municipais para garantir investimentos em infraestrutura, segurança e mobilidade urbana. A instabilidade recente na gestão da CBF, marcada por disputas judiciais, também pode ser um obstáculo, embora Xaud tenha sinalizado uma gestão focada em aproximar a entidade da Fifa.

A proposta também reflete a ambição da Fifa de expandir o Mundial de Clubes, que pode passar de 32 para 48 equipes a partir de 2029, alinhando-se ao formato da Copa do Mundo de seleções de 2026. A possibilidade foi mencionada por Mattias Grafström, secretário-geral da Fifa, que destacou a América do Sul como um destino viável para o torneio.

Perspectiva para o futebol brasileiro

A candidatura do Brasil para 2029 é vista como uma oportunidade de fortalecer o futebol nacional, que vive um momento de renovação com clubes competitivos e torcidas engajadas. A presença de quatro equipes brasileiras na edição de 2025, aliada à memória do título corintiano em 2000, reforça o peso do país no cenário global. Enquanto a CBF trabalha para transformar a proposta em realidade, a torcida brasileira já sonha com a chance de ver os melhores clubes do mundo em solo nacional.

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