Congresso aprova orçamento de 2025 com atraso e sem obstruções

Após meses de espera, o Congresso Nacional aprovou, na tarde desta quinta-feira (20), o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, fixado em R$ 5,7 trilhões. A votação, que deveria ter ocorrido em 2024, foi concluída com atraso, mas sem resistência significativa, marcando um raro consenso no Legislativo. O texto passou de forma simbólica na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e, no plenário, enfrentou oposição isolada de apenas quatro deputados: Kim Kataguiri (União Brasil) e três nomes do Partido Novo.

O relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA), celebrou o trâmite tranquilo. “Conseguimos aprovar uma peça orçamentária sem obstruções na CMO e no Congresso, algo pouco comum. É um sinal de maturidade política”, afirmou. O parecer de Coronel foi mantido intacto, sem alterações, refletindo o acordo costurado nos bastidores.

Detalhes do orçamento

O PLOA de 2025 prevê um superávit primário de R$ 15 bilhões, uma meta otimista que dependerá do desempenho da economia. Além disso, destina R$ 50 bilhões para emendas parlamentares, um montante que reforça o poder de negociação dos congressistas na distribuição de recursos. A aprovação do texto é um alívio para o governo, que agora tem o planejamento financeiro do próximo ano sacramentado, ainda que fora do prazo ideal.

Articulação e elogios

A sessão foi conduzida pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que destacou o esforço conjunto para viabilizar a votação. Ele fez questão de reconhecer o trabalho dos parlamentares e da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), que atuou nas articulações finais. “Todos se dedicaram intensamente para entregar esse orçamento ao país. Fortalecer o Parlamento é fortalecer a democracia”, declarou Alcolumbre, em tom de celebração.

Contexto e significado

O atraso na aprovação do orçamento não é novidade no histórico brasileiro, mas a ausência de grandes embates este ano contrasta com sessões marcadas por disputas no passado. Analistas apontam que a falta de obstrução reflete tanto a exaustão de pautas polêmicas em 2024 quanto a pressão para garantir a governabilidade em 2025, ano que promete desafios econômicos e políticos.

Com o texto agora aprovado, o governo ganha fôlego para organizar suas prioridades, enquanto os parlamentares asseguram influência direta nos investimentos regionais via emendas. A sanção presidencial é o próximo passo, mas, por ora, o Congresso respira aliviado – e o Brasil, enfim, tem seu orçamento para o futuro próximo definido.

Notícias relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *