Vereador propõe reforma administrativa em Feira de Santana com fusão de secretarias e corte de cargos comissionados

Na sessão desta quarta-feira (21), o vereador Pedro Américo (Cidadania) apresentou, na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Feira de Santana, uma proposta ousada de reforma administrativa para o município. A iniciativa prevê a fusão de secretarias, a redução significativa de cargos comissionados e a criação de subprefeituras nos distritos, visando otimizar a gestão pública, reduzir custos e melhorar a eficiência no atendimento à população. A proposta surge em um contexto de pressão por maior responsabilidade fiscal e modernização da máquina pública.

Reestruturação para eficiência

Pedro Américo defendeu que a reestruturação administrativa é essencial para conter os altos custos do poder público. “A prefeitura de Feira de Santana tem uma estrutura cara e, muitas vezes, ineficiente. Podemos reduzir quase pela metade o número de cargos comissionados e secretarias, reorganizando setores e departamentos para torná-los mais eficazes”, afirmou. Segundo o vereador, estudos realizados por seu mandato identificaram secretarias e departamentos que poderiam ser unificados sem comprometer a qualidade dos serviços, promovendo uma gestão mais enxuta e focada nas demandas da população.

Subprefeituras para os distritos

Um dos pilares da proposta é a criação de subprefeituras nos distritos de Feira de Santana, como medida para descentralizar serviços e aproximar a administração pública das comunidades rurais. “Hoje, trabalhadores do campo precisam se deslocar até a cidade para resolver questões como emissão de documentos no Ceaf ou regularização do ITR. Com subprefeituras, podemos levar esses serviços aos distritos, com equipes menores, salários justos e maior eficiência”, explicou Américo. A iniciativa também prevê a reestruturação do papel dos agentes distritais e de bairro, otimizando recursos humanos e financeiros.

Contexto e desafios

A proposta chega em um momento em que Feira de Santana enfrenta desafios fiscais e críticas à defasagem salarial de servidores comissionados, que, segundo levantamentos, recebem até quatro vezes menos que em cidades como Juazeiro, apesar da maior relevância econômica de Feira. Especialistas alertam que a estrutura administrativa inchada e a falta de modernização dificultam a atração de profissionais qualificados, impactando a qualidade dos serviços públicos.

O prefeito José Ronaldo (União Brasil), que assumiu seu quinto mandato em janeiro de 2025, sinalizou interesse em uma reforma administrativa, segundo Américo. “O prefeito tem manifestado intenção de reestruturar a gestão, e nossa proposta busca estimular que essa reforma siga um modelo eficiente e sustentável”, afirmou o vereador. No entanto, ele reconheceu que a implementação enfrenta resistências, especialmente por parte de setores que podem ser afetados pela redução de cargos.

Repercussão e próximos passos

A proposta de Pedro Américo foi bem recebida por parte dos vereadores, que veem na reforma uma oportunidade para modernizar a administração municipal. Contudo, a medida deve enfrentar debates intensos, dado o impacto político e administrativo da redução de cargos comissionados, frequentemente associados a indicações políticas. A criação de subprefeituras, por outro lado, foi elogiada como uma solução inovadora para atender às demandas das zonas rurais, que representam uma parcela significativa da população feirense.

A proposta ainda não foi formalizada como projeto de lei, mas Américo anunciou que pretende detalhar o plano em audiências públicas, envolvendo a sociedade civil e especialistas em gestão pública. A expectativa é que o debate ganhe força nos próximos meses, especialmente em um ano pré-eleitoral, quando a eficiência da administração municipal estará sob escrutínio. Caso aprovada, a reforma pode reposicionar Feira de Santana como referência em gestão pública na Bahia, alinhando economia de recursos com melhores serviços para a população.

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