Afoxé Pomba de Malê marca 40 anos de resistência na Micareta de Feira

O circuito Maneca Ferreira foi tomado por tambores, cores e uma história de luta neste sábado (3), com a passagem do Afoxé Pomba de Malê. Celebrando 40 anos de existência, o grupo trouxe ao coração da Micareta de Feira de Santana a força da ancestralidade e um grito firme contra as desigualdades sociais e o racismo, reafirmando a resistência da população negra na cidade.

Nascido no bairro Rua Nova, berço de ícones culturais como os cantores de reggae Jorge de Angélica e Dionorina – que já cruzaram caminhos com o grupo em sua trajetória –, o Pomba de Malê transformou a avenida em um palco de memória e denúncia. Mais do que uma apresentação, o desfile foi uma celebração de quatro décadas dedicadas ao trabalho social, à educação e ao fortalecimento da cultura afro-brasileira em Feira.

O grupo, que carrega no nome e na essência a herança dos Malês – referência aos escravizados muçulmanos que protagonizaram revoltas históricas na Bahia –, foi um dos contemplados pelo Programa Ouro Negro, iniciativa do governo do estado que apoia manifestações culturais negras. Com figurinos vibrantes e o som inconfundível do afoxé, o Pomba de Malê não apenas celebrou seu legado, mas também reacendeu o debate sobre a luta por igualdade em meio à folia.

Na 88ª edição da Micareta, que homenageia o artista plástico Juraci Dórea, o Afoxé Pomba de Malê provou que a festa pode ser um espaço de alegria e, ao mesmo tempo, de reflexão. Enquanto os tambores ecoavam, a mensagem era clara: 40 anos de história são apenas o começo de uma caminhada que segue firme, enraizada na cultura e na resistência do povo preto de Feira de Santana.

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