Alcymar Monteiro presta homenagem a Carlos Pita no São Pedro de Bonfim de Feira 2025

Bonfim de Feira, distrito de Feira de Santana, abriu os festejos de São Pedro 2025 com uma homenagem especial ao cantor e compositor feirense Carlos Pita, falecido no início deste ano. Na noite desta sexta-feira, 27 de junho, o forrozeiro Alcymar Monteiro subiu ao palco às 22h para celebrar o legado do artista, em uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. A reverência, que incluiu a interpretação de “Cometa Mambembe”, um dos maiores sucessos de Pita, emocionou o público e reforçou a importância do músico para a cultura nordestina. A festa, realizada na praça principal do distrito, integra a programação junina de Feira de Santana, que espera atrair 50 mil pessoas até domingo, 29 de junho.

Um tributo à memória de Carlos Pita

Carlos Pita, ícone da Música Popular Brasileira (MPB) com raízes no forró, deixou um legado de composições que exaltam a identidade sertaneja de Feira de Santana. Conhecido por sua sensibilidade poética, o artista levou o nome da “Princesa do Sertão” para o Brasil com canções que misturam romantismo e orgulho regional. “A trajetória de Carlos Pita é um espelho da resistência cultural do Nordeste. Ele merece ser lembrado e celebrado por sua autenticidade”, destacou o secretário de Cultura, Cristiano Lôbo, durante o evento. A escolha de Alcymar Monteiro, um dos maiores intérpretes do forró brasileiro, para liderar a homenagem foi recebida com entusiasmo pela comunidade.

Alcymar, que se apresentou por 90 minutos com um cachê de R$ 250 mil, dedicou parte do show a relembrar a carreira de Pita. “Cantar ‘Cometa Mambembe’ aqui é mais do que uma homenagem; é manter viva a alma de um artista que representou a essência da Bahia”, afirmou Monteiro ao Acorda Cidade. O forrozeiro, conhecido por sucessos como “São João Soteropolitano”, trouxe um repertório que mesclou clássicos do forró com canções de Pita, emocionando fãs e familiares presentes.

Programação e impacto cultural

O São Pedro de Bonfim de Feira, que segue até sábado, 28 de junho, conta com uma grade diversificada. Na sexta-feira, além de Alcymar Monteiro, a noite teve apresentações locais, enquanto no sábado, a cantora Lara Amélia encerra os festejos com um show de 90 minutos, pelo cachê de R$ 80 mil. A praça principal, recém-reformada, oferece infraestrutura com palco equipado, iluminação de LED e áreas de alimentação, garantindo conforto para o público. “Investimos em uma festa que valoriza nossas raízes e presta homenagem a quem fez história, como Carlos Pita”, afirmou Lôbo.

A programação do São Pedro também abrange os distritos de Humildes e Jaíba, com atrações como Dorgival Dantas, Elba Ramalho, Nadson o Ferinha, e Zezo Potiguar, que se apresenta no domingo (29) em Humildes por R$ 400 mil. A prefeitura estima que os festejos nos três distritos movimentem R$ 15 milhões na economia local, com impacto em pousadas, bares e comércio informal. “O São Pedro é uma extensão do São João, reforçando Feira de Santana como polo cultural do interior baiano”, destacou o prefeito Colbert Martins (MDB).

Segurança e organização

A segurança do evento é garantida por 80 policiais militares e guardas municipais, com apoio de câmeras de videomonitoramento e barreiras com detectores de metal. Até o momento, não há registro de ocorrências graves, segundo a 66ª CIPM. A Secretaria de Cultura também disponibilizou banheiros químicos e equipes de limpeza, atendendo às demandas de um público diverso, que inclui famílias e turistas de cidades como São Gonçalo dos Campos e Conceição do Jacuípe.

Legado de Carlos Pita e desafios

A homenagem a Carlos Pita reforça a necessidade de preservar a memória de artistas locais. “Pita não foi apenas um músico; ele foi um poeta que cantou o sertão com verdade. Eventos como esse ajudam a manter sua obra viva nas novas gerações”, afirmou a professora de história Ana Ribeiro, 45 anos, que levou seus alunos para o show. No entanto, alguns moradores criticaram a falta de maior divulgação prévia da homenagem, sugerindo que a prefeitura poderia ter promovido ações educativas, como palestras sobre a trajetória de Pita, para engajar a juventude.

A organização respondeu com planos para 2026, que incluem a criação de um festival anual em homenagem a Pita, com oficinas musicais e exposições. “Queremos que o legado de Carlos Pita inspire novos artistas feirenses”, disse Lôbo. A iniciativa também busca fortalecer a identidade cultural de Bonfim de Feira, que, apesar de ser um distrito, tem forte tradição junina.

Uma celebração de memória e forró

O São Pedro de Bonfim de Feira 2025 abriu com chave de ouro, unindo a emoção da homenagem a Carlos Pita com a energia do forró de Alcymar Monteiro. A festa, que celebra a cultura nordestina e movimenta a economia local, reafirma o compromisso de Feira de Santana em preservar suas tradições. Enquanto o público dança ao som de “Cometa Mambembe”, a memória de Pita ecoa como um símbolo de resistência e poesia, garantindo que sua voz continue viva no coração do sertão baiano.

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