Em uma decisão histórica, a Assembleia Geral Extraordinária da Associação Fluminense de Feira Futebol Clube aprovou, na noite desta quinta-feira (20), a venda do Centro de Treinamento Noide Cerqueira para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Fluminense. Com ampla maioria dos votos dos sócios adimplentes, a negociação foi selada em reunião realizada no Auditório da Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (Acefs), marcando um novo capítulo para o tradicional clube baiano.
O encontro reuniu sócios, diretores da agremiação e representantes da SAF, incluindo o CEO Filemon Neto e o diretor André Oliveira. Sob a condução do presidente executivo do Fluminense de Feira, José Francisco Pinto, conhecido como “Zé Chico”, a assembleia debateu os rumos do CT e os impactos da transação. O advogado Tiago Matos, diretor jurídico da Associação, detalhou o contexto da proposta, destacando as dívidas trabalhistas do clube e os benefícios financeiros da venda direta judicial.
Divergências e votação
Apesar do apoio majoritário, a decisão não foi unânime. O Conselho Fiscal, representado por Rômulo Caribé, posicionou-se contra a alienação do patrimônio, alertando para os riscos de longo prazo. Já o Conselho Deliberativo, liderado por Alan Victor, e a Diretoria Executiva defenderam a negociação como uma solução para sanar pendências e impulsionar o futuro do clube. Após intenso debate, a votação terminou com apenas quatro votos contrários, consolidando a aprovação da venda.
Reação e planos da SAF
Filemon Neto, CEO da SAF, não escondeu o alívio com o desfecho. “Estávamos tensos com as controvérsias, sobretudo às vésperas da temporada. O resultado foi positivo, com clareza nas explicações e apoio expressivo dos sócios. Isso nos dá segurança para trabalhar”, declarou ao sair da assembleia. Ele agradeceu à torcida e aos associados pela confiança depositada na gestão da SAF, que assumiu o controle do futebol profissional do clube em busca de reerguê-lo no cenário estadual e nacional.
Os planos para o CT Noide Cerqueira, agora sob gestão da SAF, são ambiciosos. “Vamos ampliar os investimentos. Queremos novos módulos, melhorias na fisiologia, academia, dormitórios e mais campos de treinamento. Nosso objetivo é devolver o Fluminense de Feira ao protagonismo que ele merece”, afirmou Filemon, sinalizando um projeto de modernização que pode transformar o espaço em um dos mais equipados do interior da Bahia.
Um marco para o clube
A venda do CT Noide Cerqueira, um dos principais ativos do Fluminense de Feira, é vista como um divisor de águas. Para os favoráveis à negociação, o aporte financeiro da SAF representa uma chance de quitar dívidas e fortalecer a estrutura do clube, que já viveu dias de glória no futebol baiano. Os críticos, porém, temem a perda de controle sobre um patrimônio histórico e cobram garantias de que os recursos serão bem aplicados.
Com a decisão tomada, o foco agora se volta para os próximos passos da SAF e o impacto da transação no desempenho do time em campo. A torcida, que acompanhou o processo com expectativa, espera que a promessa de dias melhores se concretize, recolocando o “Toucmdor” – como o clube é carinhosamente chamado – no caminho das vitórias.
