O Circuito Maneca Ferreira pulsou ao som dos tambores e das tradições afro-brasileiras neste domingo, com o desfile vibrante do Bloco Tambores Urbanos na Micareta de Feira de Santana. Liderado pela Banda Afro Pop, o cortejo transformou a avenida em um palco de celebração cultural, reunindo foliões, dançarinos coreografados e um público cativado pela energia ancestral da música e da dança.
À frente da banda, o vocalista Jef Akeno não conteve a emoção ao descrever o significado do projeto. “Isso aqui é o trabalho de uma vida toda”, declarou, enquanto o bloco avançava com sua percussão envolvente. “Estar na Micareta, trazendo nosso cortejo afro, é mais do que uma apresentação. É a nossa forma de honrar a cultura e compartilhar o que nos move: a música e o impacto do nosso projeto social.”
Um cortejo que respira cultura
O Bloco Tambores Urbanos é um dos pontos altos da Micareta, evento que ocorre entre 1º e 4 de maio e é considerado o maior carnaval fora de época do Brasil. Com figurinos cuidadosamente confeccionados e coreografias ensaiadas ao longo de meses, o cortejo é o resultado de um trabalho coletivo que vai além do palco. “Tudo o que vocês veem aqui é fruto de dedicação. Ensaiamos o ano inteiro, costuramos cada peça, planejamos cada detalhe para trazer a essência afro-brasileira para a avenida”, explicou Akeno.
A apresentação deste ano destacou a força do projeto social por trás do bloco, que promove oficinas de música, dança e percussão para jovens da comunidade. Essas iniciativas, segundo o vocalista, são o coração do Tambores Urbanos. “Nosso objetivo é transformar vidas através da arte. A Micareta é o momento de mostrar ao mundo o que construímos juntos”, afirmou.
Impacto na avenida e na comunidade
O desfile do bloco, marcado por ritmos como ijexá, samba-reggae e batidas afro-baianas, não apenas animou a multidão, mas também reforçou a importância de espaços para a valorização da cultura negra na Micareta. Os dançarinos, com movimentos sincronizados e indumentárias coloridas, encantaram o público, que acompanhava o cortejo com palmas e gritos de entusiasmo.
Para os foliões, o Tambores Urbanos é sinônimo de representatividade. “Ver esse bloco na avenida é como sentir a história viva. É orgulho, é resistência”, comentou a estudante Maria Clara Santos, de 22 anos, que acompanhava o desfile pela primeira vez.
Um legado que ecoa
Enquanto o som dos tambores ecoava pelo Circuito Maneca Ferreira, Jef Akeno reforçou a missão do bloco: “Estamos aqui para celebrar, mas também para lembrar que a cultura afro é a base de quem somos. É isso que nos faz voltar à Micareta ano após ano.”
Com a edição de 2025 da Micareta de Feira de Santana chegando ao fim, o Bloco Tambores Urbanos deixa sua marca como um símbolo de arte, resistência e transformação social. Para quem esteve na avenida ou assistiu ao cortejo, uma certeza ficou: a batida dos tambores ainda vai ressoar por muito tempo.
