Bolsonaro aposta em “milagre” para reverter processo por tentativa de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (14), manter a esperança de ser inocentado no processo que o acusa de participar de uma tentativa de golpe de Estado em 2022. “Ainda acredito em milagre e que algo possa mudar”, declarou, demonstrando otimismo apesar da gravidade das acusações.

Contexto do processo

Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro, Bolsonaro tornou-se réu em março por decisão unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele responde por cinco crimes, incluindo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, relacionados a supostos planos para subverter o resultado das eleições de 2022.

Na entrevista, Bolsonaro defendeu-se, enfatizando a responsabilidade do Ministério Público em provar sua culpa. “É o MP que tem de provar que sou culpado, e não eu que sou inocente”, afirmou. Ele também mencionou, em tom descontraído, sua relação com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que, segundo ele, o considera “candidato até os 48 do segundo tempo”.

Temores de condenação

Aos 70 anos, o ex-presidente expressou preocupação com o impacto de uma possível condenação. “Se me condenarem a 40 anos, é meu fim. A 20 anos também”, declarou, refletindo sobre as consequências pessoais de um desfecho desfavorável no julgamento.

O processo, que tramita no STF, é um dos mais significativos envolvendo Bolsonaro desde o fim de seu mandato. As investigações apontam para articulações que incluiriam aliados políticos e militares para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PGR sustenta que há evidências robustas, enquanto a defesa de Bolsonaro insiste na falta de provas concretas.

Contexto político

A declaração de Bolsonaro ocorre em meio a um cenário de polarização e especulações sobre seu futuro político. Inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outro caso, ele segue como figura central no campo da direita, mobilizando apoiadores enquanto enfrenta múltiplos desafios judiciais.

O STF ainda não marcou a data do julgamento que definirá o destino do ex-presidente. Enquanto isso, suas falas reforçam a narrativa de vitimização que tem adotado, ao mesmo tempo em que tenta manter influência no cenário político nacional.

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