Na manhã desta segunda-feira, dezenas de funcionários das empresas terceirizadas Confiança e ADM, responsáveis por serviços em escolas da rede municipal, realizaram um protesto em frente à prefeitura de Feira de Santana, no interior da Bahia. Com faixas e palavras de ordem, eles cobraram o pagamento dos salários de março, que seguem atrasados, além de vale-transporte e vale-alimentação. Por temor de represálias, como demissões, os manifestantes preferiram não se identificar.
A situação, segundo os trabalhadores, é de desespero. “A geladeira está vazia, o armário também. Na sexta-feira, a ADM enviou uma mensagem prometendo o pagamento, mas nada foi feito. Hoje, recebemos outra mensagem vaga, dizendo que estão ‘verificando’. Isso é uma falta de respeito. Estamos sem salário, sem vale-transporte, sem condições”, desabafou um dos manifestantes ao Acorda Cidade.
Outro funcionário destacou o impacto financeiro e emocional do atraso. “Somos pais e mães de família, temos contas a pagar, compromissos. Eles só enrolam, dizem que não há previsão, e ficamos sem respostas. Assim não dá pra continuar”, relatou, visivelmente indignado.
O medo de retaliações também marcou o protesto. “Trabalhamos direitinho, mas não recebemos. E, quando cobramos o que é nosso por direito, ainda corremos o risco de sermos mandados embora. É uma pressão enorme”, afirmou outro trabalhador, reforçando a insegurança que permeia o grupo.
Os manifestantes alegam que as empresas não apresentaram uma solução concreta para regularizar os pagamentos, e a prefeitura, contratante das terceirizadas, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso até o fechamento desta matéria. A mobilização expõe a fragilidade nas relações trabalhistas e a angústia de quem depende do salário para sobreviver.
