O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), rechaçou nesta terça-feira (20), em entrevista ao Acorda Cidade, especulações sobre uma possível candidatura ao governo da Bahia em 2026, caso a gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) enfrente baixa avaliação. Respondendo a uma nota publicada por um colunista, Costa classificou as informações como “caluniosas” e afirmou que seu nome está colocado para disputar uma vaga no Senado, alinhado ao projeto político do PT na Bahia. Ele também comentou a possibilidade de uma chapa “puro-sangue” com Jerônimo Rodrigues, candidato à reeleição, e o senador Jaques Wagner, destacando a importância do diálogo com aliados.
Chapa “puro-sangue” e alianças
Sobre a chapa “puro-sangue” — composta por membros do PT para o governo e as duas vagas ao Senado —, Costa enfatizou que a decisão será coletiva, priorizando o fortalecimento da base aliada. “Política é um esporte coletivo. Meu desejo pessoal fica em segundo plano. Nosso objetivo é trabalhar pela reeleição de Jerônimo e construir uma aliança competitiva com outros partidos”, afirmou. Ele confirmou conversas com o senador Otto Alencar (PSD), que, em entrevista ao Bahia Notícias, ponderou que a chapa “puro-sangue” precisa ser avaliada com cuidado, pois “às vezes cansa”. Costa reforçou que as duas vagas ao Senado abrem espaço para negociações com aliados, mantendo a unidade da coalizão.
Crítica ao jornalismo
O ministro direcionou duras críticas a práticas jornalísticas que, segundo ele, disseminam informações sem consulta prévia. A polêmica surgiu após a publicação de uma nota sugerindo que Costa poderia concorrer ao governo caso Jerônimo não esteja bem avaliado. “Quem decide meu futuro político sou eu. Como alguém publica o que farei sem me ouvir? Meu nome está posto para o Senado. Essas notas são caluniosas e não prestam serviço ao leitor”, disparou.
Costa lamentou o que considera uma queda na qualidade do jornalismo, especialmente em Brasília. “Na Bahia, sempre vi jornalistas checarem informações antes de publicar. Aqui, publicam para gerar polêmica e só depois perguntam se quero responder. Isso não é jornalismo, é outra coisa”, desabafou. Ele destacou que o colunista responsável pela nota nunca o procurou para confirmar a informação, reforçando sua indignação com a falta de rigor na apuração.
Contexto político
As declarações de Rui Costa ocorrem em um momento de definições para as eleições de 2026, com o PT buscando consolidar sua hegemonia na Bahia. Após dois mandatos como governador (2015-2022), Costa optou por não concorrer em 2022, apoiando a eleição de Jerônimo Rodrigues e a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, como ministro da Casa Civil, ele mantém influência no cenário estadual e nacional, sendo cotado como um nome forte para o Senado.
A possibilidade de uma chapa “puro-sangue” reflete a estratégia do PT de unir suas principais lideranças, mas a abertura para alianças com partidos como o PSD, de Otto Alencar, sinaliza pragmatismo para manter a coalizão que governa a Bahia desde 2007. Enquanto as negociações avançam, a crítica de Costa ao jornalismo reforça sua postura de combater narrativas que, segundo ele, buscam desestabilizar o projeto político do partido.
Com 2026 no horizonte, Rui Costa reafirma seu compromisso com o projeto coletivo e descarta especulações que o colocariam contra Jerônimo. A resposta contundente às “notas caluniosas” também serve como recado ao meio político e à imprensa, sinalizando que o ex-governador segue atento e combativo no tabuleiro eleitoral.