O senador Jaques Wagner (PT-BA) voltou a negar, neste domingo (25), especulações sobre uma possível desistência de sua candidatura à reeleição ao Senado nas eleições de 2026. Em uma publicação nas redes sociais, o líder do governo Lula no Senado classificou como “mentirosas” as notícias que sugeriam sua saída da disputa, reafirmando seu compromisso com a Bahia e o projeto político do PT. A declaração ocorre em meio a intensas movimentações nos bastidores da política baiana, com debates sobre a formação da chapa majoritária da base aliada.
Na sexta-feira (23), Wagner já havia sinalizado, em entrevista à imprensa durante evento em Salvador, that segue participando das discussões para a composição da chapa governista, mas destacou que, no momento, não considera abrir mão de sua vaga ao Senado. “Não estou abrindo mão de nada. As definições sobre o futuro eleitoral virão no tempo certo”, afirmou, reforçando que as conversas sobre a chapa, que inclui nomes indicados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), serão intensificadas apenas no final de 2025.
Tensões na chapa majoritária
Os rumores sobre a possível desistência de Wagner ganharam força após relatos de que o senador teria sido procurado para um “sacrifício” político, cedendo sua vaga para acomodar o senador Angelo Coronel (PSD), que também busca a reeleição, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), interessado em uma das duas cadeiras ao Senado em disputa. Uma ala do PT defende uma chapa “puro-sangue”, com Jerônimo Rodrigues como candidato à reeleição ao governo e Wagner e Costa concorrendo ao Senado, o que poderia excluir Coronel e tensionar a aliança com o PSD.
Fontes próximas à base aliada, citadas pelo Bahia Notícias, sugerem que a manutenção da unidade com o PSD, partido estratégico na Bahia e no cenário nacional, poderia depender de concessões, como a permanência de Coronel na chapa. No entanto, Wagner negou qualquer pressão direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que retire sua candidatura. “Lula nunca me pediu para não ser candidato. Pelo contrário, ele me incentiva a fortalecer a base no Senado”, declarou ao BNews, desmentindo especulações de um pedido do Planalto para abrir espaço na chapa.
O senador também descartou rumores de que Rui Costa poderia disputar o governo da Bahia em 2026, reforçando que o nome do PT para a reeleição ao Palácio de Ondina é Jerônimo Rodrigues. “Essa é mais uma fofoca para criar intranquilidade. Conversei com Rui, e ele também descarta essa possibilidade. Jerônimo é o candidato natural”, afirmou Wagner, em referência a especulações levantadas pela imprensa.
Contexto político
A disputa pelas duas vagas ao Senado em 2026 na Bahia promete ser acirrada. Além de Wagner, Coronel e Costa, o senador Otto Alencar (PSD) também é cotado para buscar a reeleição, embora seu nome não tenha sido mencionado diretamente nas recentes movimentações. Pesquisas preliminares, como a do Instituto Paraná Pesquisas divulgada em março de 2025, apontam Wagner e Costa como líderes nas intenções de voto, com 34% e 43,8% em cenários estimulados, respectivamente, o que reforça o peso político dos petistas no estado.
Wagner, que obteve a maior votação para o Senado na história da Bahia em 2018, com 4,253 milhões de votos, é uma figura central no PT baiano. Sua trajetória inclui dois mandatos como governador (2007-2014), ministro da Defesa, da Casa Civil e do gabinete pessoal da Presidência no governo Dilma Rousseff, além de uma longa atuação no movimento sindical. Atualmente, como líder do governo no Senado, ele desempenha um papel estratégico na articulação política do governo Lula.
Perspectivas
A reafirmação de Wagner como candidato ao Senado sinaliza sua intenção de manter a influência do PT na Bahia, enquanto as negociações com aliados como o PSD seguem em aberto. A possibilidade de uma chapa puro-sangue, embora defendida por setores petistas, enfrenta resistências devido ao risco de romper com partidos da base, como o PSD, que tem se aproximado da oposição a Lula no cenário nacional.
Em sua mensagem nas redes sociais, Wagner enfatizou seu foco atual: “Cuidar da Bahia e ajudar o Brasil a avançar em melhorar a vida das pessoas”. A declaração busca acalmar os ânimos na base aliada e evitar desgastes prematuros, enquanto o PT trabalha para construir uma chapa competitiva para 2026. Com as definições adiadas para o final do ano, a política baiana promete meses de intensas articulações, com Wagner no centro do tabuleiro.